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Muitas pessoas sofrem com condições na coluna vertebral que causam dores agudas nas costas. Para encontrar o tratamento adequado, o paciente precisa compreender o que sua doença demanda. Na esteira de procedimentos que trazem mais qualidade de vida ao paciente, é importante entender o que é a artrodese.

Artrodese é um procedimento cirúrgico que trata pacientes com diversas condições na coluna vertebral. Por ser um local sensível, de intensa movimentação e central para o bom funcionamento do corpo humano, é fundamental entender o que é o procedimento e suas principais indicações.

Artrodese – Entenda o procedimento

A artrodese é um procedimento cirúrgico que consiste na união de ossos selecionados da coluna, as vértebras. O procedimento tem como objetivos diminuir as dores e melhorar a estabilidade da coluna do paciente.

De forma geral, podem ser artrodesados de 2 a 3 segmentos vertebrais da coluna sem que haja grande impacto sobre a movimentação do paciente. É uma intervenção cirúrgica que pode ser realizada tanto na região lombar, como na torácica e cervical da coluna.

Saiba quais as principais indicações para a realização do procedimento

A artrodese é indicada para várias condições de coluna, contudo há algumas para as quais o procedimento é especialmente eficaz. Uma delas é a espondilolistese, que ocorre quando uma vértebra desliza para a frente sobre a vértebra abaixo dela.

Outra grande indicação é para o tratamento da escoliose. Escoliose é quando a coluna do paciente possui curvaturas para os lados e também rotação no seu eixo. Na radiografia de um paciente com escoliose, a coluna vertebral se parece com um “S” ou um “C”. Além disso, a fratura vertebral também se encaixa nas indicações da artrodese, para recompor a estrutura vertebral.

Há casos de estenose de canal vertebral que também se beneficiam do procedimento. Nesses casos há um estreitamento do canal espinhal, pressionando a medula espinhal e os nervos que por ali passam.

Em cada um desses casos, há especificidades na aplicação do procedimento da artrodese, por isso é importante entender cada condição para melhor compreender o tratamento. A seguir, entraremos em detalhes sobre as quatro principais indicações para artrodese citadas acima.

Espondilolistese

A espondilolistese consiste no deslizamento de uma vértebra para frente, se posicionando diretamente sobre a vértebra abaixo. Há três tipos mais comuns da doença. A espondilolistese congênita tem caráter genético. A espondilolistese ístmica ocorre quando há um defeito na estrutura vertebral, causado, por exemplo, por uma fratura por impacto.

Há também a degenerativa, sua forma mais comum, que está associada ao desgaste dos discos intervertebrais, que ao perderem hidratação e elasticidade podem culminar em um processo de instabilidade.

Os sintomas dessa condição variam conforme o grau de severidade. Em casos mais leves, o portador pode não demonstrar sintoma algum. Já nos mais graves, há dor lombar persistente, dor ao realizar atividades diárias, rigidez nas costas e pernas e sensibilidade na coluna.

A espondilolistese é tratável na maioria dos casos e depende do grau de deslizamento da vértebra. Em casos mais simples, exercícios de fisioterapia, uso de medicamentos anti-inflamatórios e injeções de esteróides epidurais pode resolver. Em casos mais graves, é indicado o procedimento de artrodese para correção e estabilização da vértebra.

Escoliose

Na escoliose há uma curvatura da coluna para os lados ou no eixo da espinha. Em uma radiografia, a coluna de um paciente com escoliose apresenta o formato de “S” ou “C” na orientação latitudinal.

Em 80% dos casos, os pacientes apresentam a escoliose idiopática, cuja causa é desconhecida. Há também a escoliose congênita, em que o paciente já nasce com a má-formação nas vértebras, a degenerativa, que surge na fase adulta por conta de desgaste articular, e a neuromuscular, que ocorre como consequência de condições neurológicas.

Possíveis sinais de que uma pessoa possui escoliose incluem um ombro mais alto que o outro, a cabeça pode não permanecer centrada sobre a pelve, uma escápula pode estar mais alta ou saliente que a outra, tal qual o quadril.

Em casos mais suaves da doença, o tratamento indicado é a observação, principalmente em pacientes ainda em fase de crescimento. Em adultos, a observação somada a exercícios fisioterapêuticos é indicada para curvas leves. Em crianças e adolescentes com curvas mais acentuadas, entre 25º e 45º, é indicado o uso de colete para evitar a progressão da condição.

Em casos extremos, com curvas maiores que 40º em adolescentes e 50º em adultos, pode ser indicado o tratamento cirúrgico, incluindo a artrodese. O objetivo aqui é corrigir e impedir o avanço da escoliose.

Fratura vertebral

A fratura vertebral acomete as vértebras, geralmente do meio e da parte lombar da coluna. Pode causar danos à medula espinhal, acarretando possíveis danos aos nervos da medula e do cérebro.

A principal causa de uma fratura espinhal é o impacto de alta energia, seja um acidente de carro, ferimento grave, queda de altura elevada ou até acidentes esportivos. Outra grande causa é o enfraquecimento ósseo causado pela osteoporose ou tumores na região. Nesse caso as fraturas podem acontecer até em situações corriqueiras.

As principais vítimas das fraturas vertebrais são as pessoas mais velhas, por terem maior incidência de enfraquecimento ósseo pela osteoporose. O paciente com uma fratura vertebral sente dores moderadas a severas, dependendo da extensão da lesão.

Se a fratura afeta a medula espinhal, pode causar dormência, formigamento, fraqueza nos braços e pernas e disfunção intestinal e da bexiga.

No caso de fraturas leves, o tratamento é clínico, com colete ortopédico para a estabilização da coluna. Em casos graves, com fraturas instáveis e danos à medula espinhal, a cirurgia de artrodese pode ser indicada para tratar e estabilizar a área afetada.

Estenose de canal vertebral

A estenose de canal vertebral é o estreitamento do canal espinhal, que pode causar a compressão da medula espinhal e os nervos. Existem dois tipos de estenose: a primária, mais rara, aparece no nascimento do paciente. A mais comum é a adquirida, que os pacientes desenvolvem ao longo da vida.

A causa mais comum é a degeneração da coluna lombar. A artrose de faceta, a hérnia de disco e a hipertrofia do ligamento amarelo, que se localiza dentro do canal lombar, também são causas da doença.

A estenose de canal vertebral pode levar à dor e cãibras nas pernas, dor lombar irradiada e no quadril e perda da função do intestino ou bexiga, conhecida como síndrome da cauda equina.

Na maioria dos casos é indicado o tratamento não cirúrgico. Ele consiste em fisioterapia para aumentar a força e resistência dos músculos das costas e abdômen, repouso e exercícios leves associados.

Uso de colete ortopédico temporário e tratamento medicamentoso com analgésico, anti-inflamatórios, antidepressivos, antiepiléticos e relaxantes musculares também pode ser uma opção. Em casos graves, o tratamento cirúrgico pode ser indicado.

A cirurgia de artrodese ajuda no tratamento e devolve qualidade de vida para pacientes com doenças da coluna. É indicada para casos mais graves de espondilolistese, escoliose, fratura vertebral e estenose do canal vertebral. Além dessas aplicações, há outros casos em que a artrodese pode ser indicada.

Instabilidade lombar, artrose facetária, mielopatia cervical, histórico de cirurgia prévia na coluna e alguns casos específicos de hérnia de disco também são condições em que a artrodese pode ser aplicada. Vale lembrar que somente um médico especialista pode indicar a cirurgia, cuja indicação varia de caso a caso.

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